Nossa viagem começa pela capital, Thimpu. Saímos bem cedo. Na região, existe uma única estrada, que corta todo o país. Ela é estreita e sinuosa, um caminho difícil. O motorista precisa ser muito experiente. Estamos a 3.150 metros de altitude. A primavera está começando, e a neve ainda não derreteu. À medida que o ônibus vai avançando, vamos descobrindo cenários lindos, paisagens maravilhosas.
A nossa primeira parada é em Dochu La, um dos cartões postais do Butão, um lugar para preces e para orações, que reúne 108 pequenos templos.
Nosso caminho é longo e temos muita coisa para conhecer. Durante a viagem, nós cruzamos com um grupo de senhoras que está indo até um templo fazer umas oferendas para Buda. De repente, elas começam a dançar no meio da estrada.
Por isso, o Butão é considerado o país da felicidade. Nós podemos ter uma imagem mais forte de felicidade do que o grupo de senhoras dançando no meio da estrada? A mais nova delas tem 70 anos. A mais velha tem 81.
Os rostos estão marcados pelo trabalho duro, mas que não perderam o sorriso. Todas levam nas mãos, uma espécie de colar. Elas usam para contar os mantras, que repetem praticamente durante todo o dia.
O Butão é um lugar de gente simples. A maioria vive no campo e trabalha na terra. É um país que viveu isolado durante séculos. O terreno acidentado, o acesso difícil ajudou este povo a preservar a harmonia e suas tradições.
No início de sua história, o país budista era governado por um Lama, o chefe da religião. No comecinho do século 20, religião e governo foram separados. O Butão passou a ser um reino e coroou o seu primeiro rei.
A coroação ocorreu em antigo palácio, que hoje funciona como um monastério e que fica em Buntang no centro do país. Nele, começou a monarquia no Butão. O primeiro rei e os sucessores dele conseguiram construir esse país dentro de um isolamento absoluto. Só há, mais ou menos, 60 anos é que o Butão começou a ter contato com o resto do mundo.
Até na política o Butão busca harmonia. E é o líder da oposição, Tshering Tobgay, indicado pelo governo, que nos dá entrevista. “A diferença do Butão é que as ideias convencionais de desenvolvimento não devem ser aplicadas aqui. Nós queremos criar um ambiente para o florescimento da felicidade. Isso foi articulado pelo quarto rei do Butão. Ele anunciou que a Felicidade Interna Bruta era muito mais importante que o Produto Interno Bruto”, conta.
Ninho do Tigre, Monumento Sagrado, Butão |
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