sábado, 20 de outubro de 2012

Capadócia, Turquia. A cidade de São Jorge tem inacreditável cenário de um filme de ficção científica.

Capadócia, também Capadocia; Kapadokya turco, do grego: Καππαδοκία / Kappadokía, Armênio: Կապադովկիա Kapadovkia, persa: کاپادوکیه Kāpādōkiyeh) é uma região histórica na Anatólia Central, principalmente na província de Nevsehir.

Capadócia , uma fatia de sonho da Turquia central, pontilhada com "chaminés de fadas" (formações rochosas), tem uma história tão notável quanto a sua paisagem. As erupções vulcânicas criaram esta paisagem lunar surreal: os fluxos de lava formaram tufos de rocha, que o vento e a chuva esculpiram em vales sinuosos com curvas e penhascos chaminés de fadas pontudas.


Das planícies lunares elevam-se formações rochosas longilíneas que se assemelham a cogumelos, conhecidas como "chaminés-de-fada". Nas encostas terrosas, casas são construídas dentro da rocha, umas depois das outras, criando a ilusão de um gigantesco formigueiro, e, sob o chão, cidades escondidas. As cavernas também abrigam igrejas - centenas delas - cristãs, muitas das quais guardam afrescos bizantinos. E no céu, balões pontuam o azul limpo nas primeiras horas da manhã. É mais ou menos isso a Capadócia, região bem no centro da Turquia que poderia ser o inacreditável cenário de um filme de ficção científica.

A cerca de 700 km de Istambul, a região que tem em Göreme, Ürgüp, Nevsehir e Avanos suas mais importantes cidades é um dos principais destinos turísticos do país e um de seus pedaços de história mais rica.

Capital do império hitita até 1.100 a.C., a importante Província do Império Romano, com direito à menção na Bíblia, é terra de são Jorge --curiosamente, um desconhecido entre os habitantes locais, que pasmam ao saber que o santo é um dos mais venerados no Brasil. A única representação de são Jorge está na capela de Santa Catarina, uma das dezenas que compõem o Museu a Céu Aberto de Göreme, aliás, uma das principais atrações capadócias.

A cerca de 1 km de Göreme, em uma colina, espalham-se dezenas de monastérios, capelas e igrejinhas do período bizantino, todas talhadas na rocha, algumas com menos de 5 m2, outras mais extensas. A maioria traz afrescos em suas "paredes", mas boa parte das obras não passou incólume pelo Período Iconoclasta.

Outro passeio obrigatório é a cidade subterrânea de Derinkoyu --uma das 35 da região.

Trata-se de cavernas subterrâneas interligadas que formam uma espécie de colméia, onde comunidades inteiras viviam em tempo integral. Há cozinhas comunais, estábulos, quartos, igrejas --tudo sob o chão, sem uma fresta de luz.

Os estudos sobre essas habitações ainda são precários. De concreto, sabe-se que eram usadas por volta do século 7 --mas alguns arqueólogos crêem que elas remontem a mais de 4.000 a.C., ainda da época dos hititas. Serviam, sobretudo, para períodos de guerra, quando aldeias inteiras tinham de se esconder ali para evitar o inimigo.

Essa quase-simbiose local entre homem e pedra acontece por conta do tipo de rocha dominante na região, de origem vulcânica e textura areada, muito suscetível à erosão.

A natureza única também fez a região popular entre os adeptos das caminhadas --que podem passear entre seus vales verdes (apesar da aparência árida, o solo capadócio é bastante fértil)-- e do balonismo.

Atenção apenas para as temperaturas: elas costumam ser cerca de 10ºC abaixo das de Istambul na maior parte do ano. Durante o outono e a primavera, as temperaturas amenas do dia caem à noite, por vezes para abaixo de zero.


Capadócia, Turquia: 10 coisas que você precisa saber antes de ir

Cucuruto de pedra aflora no meio de Göreme: curtir as cidadezinhas é uma das grandes delícias
Antes de embarcar, saiba que…

1. A Capadócia fica na Anatólia Central, bem no meio do país, a uns 700 quilômetros de Istambul

2. Há várias cidadezinhas onde se concentram hotéis e restaurantes. As mais charmosas são Göreme e Uçhisar. Muita gente prefere ficar em Ürgüp, que completa a trinca das mais populares. Mas, na minha modesta opinião, a cidade é a mais sem graça das três: é maior e já bem descaracterizada por resorts, hotéis e afins.


3. Muitos pacotes e excursões vendem hospedagem no meio do nada, entre um vilarejo e outro. É roubada. Ainda que as distâncias sejam curtas, curtir o centrinho das cidades depois de um dia passeando pelos arredores é uma das melhores coisas da viagem. Göreme e Uçhisar têm restaurantes deliciosos, lojinhas bem aprumadas e até uma vidinha noturna.

4. Quer ficar num lugarzinho mais alternativo? A lindíssima Mustafapasa só recentemente começou a abrir os seus primeiros hotéis e restaurantes, mas ainda conserva intacto o seu caráter.


5. Um carro faz toda a diferença. Caso contrário, você será refém das agências locais. Não que haja algum mal nisso (tem gente que prefere, claro), mas poder almoçar onde e quando quiser, descobrir cantinhos escondidos, repetir os lugares que mais gostou e não ter horário pra nada não tem preço.

6. Ao contrario do que muita gente pensa, é facílimo se virar sozinho na Capadócia. As estradinhas são bem sinalizadas, as atrações têm audioguias e os highlights estão concentrados numa área relativamente pequena (você nunca precisa dirigir mais de meia hora). No entanto, fazer pelo menos um passeio guiado pelas casas escavadas é interessante para ter algumas explicações sobre detalhes que, sozinho, você dificilmente conseguiria observar ou entender.

7. É sempre bom ter em mãos uma lanterna, como fazem os guias. Algumas igrejas escavadas têm frescos escondidos em cantinhos escuros – e também falta luz nas cidades com bastante freqüência.

8. As cidades subterrâneas não são tão claustrofóbicas assim. Sofri por antecipação dias a fio antes de visitá-las e na hora achei uma maravilha. Dá até pra sentir um ventinho nas proximidades dos tubos de ventilação. No entanto, não é assim para todo mundo: presenciei uma senhora francesa tendo um ataque tão forte de pânico que o meu namorado teve que levá-la pela mão até a saída do túnel.

9. Entrar nas casas escavadas e conhecer os vales implica subir, descer, escalar, abaixar e caminhar muito. E se você for de abril a outubro, provavelmente fará isso sob um calor intenso e seco. Pessoas com problemas de locomoção, joelhos castigados, ciáticos temperamentais ou simplesmente fora de forma sofrem um bocado.

10. Para enfrentar o clima árido, ter uma garrafa de água e um protetor labial sempre em mãos é questão de sobrevivência.

viajeaqui.abril.com.br
(por Adriana Setti )

Nenhum comentário: