sábado, 20 de outubro de 2012

Serra Gaúcha. Paisagem tipicamente européia no Brasil


Os cânions da Serra Gaúcha
Canyon do Itaimbezinho e/ou Fortaleza - Parque Nacional Aparados da Serra e Serra Geral (o maior da América Latina).

Muita gente já ouviu falar do Grand Canyon, nos Estados Unidos, mas nem todo mundo sabe que o Brasil também tem lá seus grandes desfiladeiros. E que também impressionam bastante. Quem já esteve na Serra Gaúcha, diante dos cânions dos Parques Nacionais de Aparados da Serra e de Serra Geral, há de concordar. Mesmo assim, a maioria dos turistas que visita Gramado e Canela para curtir o charme do inverno no Sul nem se dá conta que do outro lado daqueles montes, a 120 km dali, esconde-se uma das paisagens mais espetaculares do Brasil.

Basta tentar lembrar quantas vezes você já ouviu falar dos cânions brasileiros. Provavelmente não muitas. A região começou a atrair alguma atenção nacional somente depois que a Globo exibiu as paisagens no seriado A Casa das Sete Mulheres, em 2004, muito embora o palco das batalhas da Guerra dos Farrapos tenha sido longe dali.

O curioso é que os tais cânions estão lá postados há milhões de anos, desde que sucessivos terremotos sacudiram a terra, abrindo grandes fendas no solo, e posteriormente, com a ação paciente das águas, deram origem a uma seqüência de abismos que se estendem por quase 250 km. Juntos, compõem um imenso degrau geográfico, de paredões espantosamente vertiginosos, em alguns pontos com quase mil metros de altura, que separa o planalto gaúcho da planície de Santa Catarina, já quase ao nível do mar.

Os rios que correm nos campos de cima da serra despencam dentro dos precipícios formando belíssimas cachoeiras, como a Véu de Noiva e a das Andorinhas, que desabam no cânion do Itaimbezinho. No Brasil todo uma comparação grosseira poderia ser encontrada apenas na Chapada Diamantina.

Serra Gaúcha: e onde fica?
O Rio Grande do Sul é o estado mais ao sul do País, e está localizado estrategicamente entre Rio de Janeiro, São Paulo e as capitais platinas Buenos Aires e Montevidéu, assumindo assim a condição de capital do Mercosul. O acesso às cidadezinhas se dá por estrada asfaltada entre 113 km e 140 km da capital do Rio Grande do Sul. O local é formado por altas serras, e por estar localizada em uma zona temperada do Brasil, seu clima é frio. Durante o inverno, as temperaturas alcançam de 0 C a - 10 C, e a ocorrência de nevascas são comuns.

Quando ir: 
No inverno, é mais raro acontecer as cerrações que cobrem a visão para os cânions. Os dias são limpos e o céu estoura em azul.

Em compensação, a temperatura cai bastante no alto da Serra.Os campos amanhecem cobertos de gelo e o frio pode chegar até os -5ºC negativos nas madrugadas. Julho é alta temporada e os preços das pousadas ficam mais caros, mas nada proibitivo. Conhecer os cânions é uma viagem relativamente barata. Setembro chove bastante.

Mas a partir de outubro, a temperatura começa a subir e os passeios ficam bem agradáveis. O verão tem a vantagem dos banhos de cachoeira, mas os nevoeiros ao final da tarde são quase certos.
Influências da cultura européia

Na região das Serras, a cultura é dividida em três regiões culturais: 

Região gaúcha 
Foi a única região das serras que não sofreu a influência dos imigrantes europeus. Aqui a cultura gaúcha continua predominante, semelhante à região dos pampas. Características gaúchas, como o habito de tomar chimarrão e fabricas de couros encontradas em cidades como São Francisco de Paula e São José dos Ausentes são completadas pela paisagem, formada pelos cânions de Itaimbenzinho, Fortaleza e Malarca.

Região alemã 
Nas Serras Gaúchas é possível escutar brasileiros falando em alemão ou italiano. A região alemã, também chamada de Região das Hortênsias, engloba cidades como Gramado, Canela e Nova Petrópolis. Guarda diversos aspectos da colonização alemã. Os imigrantes que que aqui chegaram a partir do século XIX, em sua imensa maioria, eram alemães, oriundos da Renânia (Hunsrück), da Pomerânia, Saxônia, Baviera, Prússia e Boêmia.

Região italiana 
A região italiana, também chamada de Pequena Itália, engloba cidades como Garibaldi, Carlos Barbosa, Bento Gonçalves, Flores da Cunha, Farroupilha e Caxias do Sul. Começou a ser colonizada em 1875, quando ali chegaram os primeiros imigrantes italianos. Como os alemães colonizaram as terras baixas, os italianos tiveram que subir as serras e povoar as terras altas.
O passeio de Maria Fumaça na Serra Gaúcha se caracteriza pela mistura de alegria, animação e nostalgia. Passando pelas cidades de Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa, os 23 quilômetros do passeio que tem duração de 2 horas, reservam além de belas paisagens, shows, música e gastronomia local.

Conheça a Serra Gaúcha
As cidades da Serra Gaúcha contam com uma paisagem tipicamente européia. Todas as cidades encantam com a natureza privilegiada, povo hospitaleiro, ótima estrutura turística e grandes festas. As principais cidades da Serra Gaúcha sofreram influências alemãs e italianas. Na porção alemã, destacam-se Nova Petrópolis, Gramado e Canela. O circuito italiano, marcado pelas parreiras, é composto por Caxias do Sul, Farroupilha, Bento Gonçalves, e Garibaldi. Confira abaixo o que ver e aproveitar em cada cidade.

Nova Petrópolis 
Vista da região rural de Nova Petrópolis, na Serra Gaúcha.
Detém hoje o título de Jardim da Serra Gaúcha por tratar-se de uma das cidades mais floridas da região, além de possuir exuberantes pontos turísticos naturais, como a Cascata Johann Grings, o Paredão Malakoff, o Labirinto Verde, o Pinheiro Multissecular e a rampa de Vôo Livre Ninho das Águias. Não dispense o café colonial de Nova Petrópolis- mesa repleta de pães, bolos, doces, geléias e outras delícias. A cidade é o maior centro produtor de malhas da região Sul, aproveite as ofertas. Visite também a Aldeia do Imigrante, parque que reconstitui uma colônia alemã do século XIX.


Gramado 
Gramado é uma cidade marcada por muitas belezas, possuidora de riquezas naturais exuberantes, sendo o maior pólo turístico do Rio Grande do Sul e um dos mais importantes do Brasil. É famosa pelo chocolate caseiro, pela Avenida Borges de Medeiros, repleta de lojinhas, floreiras e chafarizes e por ser um centro de grandes eventos (congressos, seminários e encontros) além de sediar anualmente um dos mais tradicionais festivais de cinema da América Latina: o Festival Brasileiro e Latino de Cinema.

Canela 
A 8 quilômetros de Gramado , Canela oferece diversas atividades ligadas à natureza como o rafting, canyoning e escalada Além dos chocolates, lã, artesanato e artigos em couro. O frio típico do local dá um charme a mais à essa cidade.

Caxias do Sul 
Conheça vinícolas, castelos, cachoeiras, rios, museus como o Municipal e da Uva e do Vinho, grutas, santuários ecológicos, cânions, igrejas, vila de presépios, tradicionalismo gaúcho e italiano, unidos nas mais lindas paisagens do sul, saborear comidas típicas como o galeto e passear pelas mesmas trilhas feitas há 130 anos quando os primeiros imigrantes italianos chegaram a Caxias do Sul. Tudo isso você encontra em Caxias do Sul!

Bento Gonçalves 
Maior produtora de vinhos finos do Brasil, Bento Gonçalves recebe os visitantes com suas vinícolas de portas abertas. Veja como são feitas as bebidas e participe de degustações.

Garibaldi 
Cidade da champanhe, Garibaldi fundiu etnias européias como suíços, italianos, austríacos e poloneses com conterrâneos braçais para virar um dos mais refinados destinos brasileiros.

Carlos Barbosa 
Conhecida como a Terra do Queijo, a cidade preferiu ficar com o acompanhamento preferido de quem toma vinho, os queijos. E, para cortar os queijos, também produz as facas e uma infinidade de outros artigos nessa área, pois é a cidade berço da Tramontina e onde esse grande grupo industrial possui sua sede.

Farroupilha 
A 18 km de Caxias do Sul, completa o núcleo italiano. Farroupilha tem os melhores centros para compras de malhas da Serra Gaúcha.

Serra Gaúcha: prazeres gastronômicos
A região das Serras Gaúchas oferece prazeres gastronômicos, como o chocolate artesanal, os fondues e os cafés coloniais, além da comida típica italiana e alemã. Tudo isso num cenário farto de morros, vales e construções em estilo bávaro e enxaimel. Isso sem falar da influência da gastronomia italiana e alemã e variedade dos pães, carnes, massas e o extraordinário vinho local. Muito vinho.

Todas as cidades da Serra Gaúcha oferecem diversas opções gastronômicas, uma mais irresistível que a outra. Caxias do Sul resume sua gastronomia como simples e autêntica, uma vez que reúne fortes influências italianas, como temperos e molhos, a tradicional polenta, o apetitoso galeto e o famoso sagu de vinho como sobremesa. Bento Gonçalves transporta os turistas para a época de colônia com os variados produtos da região: queijo, sopa, salame, doces em calda, geléias e compotas. Em Garibaldi faça um passeio entre vinhas e vales chamado Estrada do Sabor, passando por grutas e capitéis, degustando os produtos coloniais e os bons vinhos da terra.

Em Canela, o que se destaca são os cafés coloniais, opções da culinária alemã e italiana, doces e chocolates caseiros e vinhos. Gramado possui uma incrível variedade de restaurantes, desde pratos locais até internacionais. Há churrascarias típicas gaúchas até estabelecimentos especializados em culinária alemã, italiana e suíça, casas de chá e fondues. O famoso café colonial, os chocolates e a mesa farta misturam os aromas italianos, alemães e suíços e levam o visitante a querer experimentar todos os sabores do lugar.


Serras gaúchas: o Vale dos Vinhedos e dos Parques Temáticos
O Vale dos Vinhedos na Serra Gaúcha, entre as cidades de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul, é caracterizada pela influência dos descendentes de imigrantes italianos que foram os pioneiros da vinicultura brasileira. Os imigrantes italianos chegaram à região por volta de 1875 e aos poucos a paisagem foi transformada pelos imensos parreirais, de onde saem as uvas para a produção dos melhores vinhos e sucos de uva in natura do Brasil.
No Brasil das temperaturas mais baixas, o clima de inverno aquece Gramado, Canela e Bento Gonçalves, cidades geladas, acolhedoras e repletas de atrações. Diferente de outras serras brasileiras que tem estrutura preparada para receber casais, no sul há atrações – e quantas! – para turistas de todas as idades.


A região colonizada por alemães e italianos guarda até hoje lembranças vivas desse e de outros tempos. Gramado, especialmente, tem uma infinidade de museus que contam não só a história da região como também de artigos curiosos do mundo todo. Comece sua visita pela Avenida das Hortênsias, onde, provavelmente, passará grande parte da viagem. O primeiro museu da rua está na loja de perfumes Fragram.

Alguns metros adiante, um outro aroma pede uma parada. Trata-se do Museu do Chocolate, anexo à fabrica da Prawer, uma das primeiras de chocolate caseiro do país.

Enquanto as mulheres perdem a linha na, quase fantástica, fábrica de chocolates, o sexo oposto arregala os olhos do outro lado da calçada, onde está o Hollywood Dream Cars. Inaugurado em 1997, o museu tem mais de 30 exemplares de automóveis clássicos antigos, com modelos originais dos anos dourados de Hollywood e da indústria automobilística americana das décadas de 20 a 60.

A essa altura as crianças já estão impacientes e inquietas. Leve-as para conhecer o encanto de uma cidade em miniatura e a Aldeia do Papai Noel. O Mini Mundo, construído pelos Höppner, uma família de imigrantes alemães que se instalou em Gramado em 1952 – também proprietária de uma simpática pousada na cidade, a Rita Höppner – tem castelos europeus, estações ferroviárias, igrejas, casas e aeroporto entre as 140 construções, 24 vezes menor do que o tamanho real.

Se Gramado e Canela têm atividades para toda a família, em Bento Gonçalves as crianças podem se sentir deslocadas em alguns momentos. Lá o maior atrativo são os vinhos, que dão fama mundial ao lugar, conhecido como Vale dos Vinhedos. Ali estão instaladas mais de 20 vinícolas abertas à visitação.


UM VINHO E UM BANHO OU UM BANHO DE VINHO

O Vale dos Vinhos e também, porque não dizer, dos parques temáticos pode ser definido como vale gastronômico. Herança dos imigrantes alemães e italianos, as mesas fartas são referência e patrimônio em Gramado, Canela e Bento. O friozinho e os restaurantes românticos são um convite a um fondue. Na hora de escolher a melhor casa, tente fugir das armadilhas e opte pelas mais tradicionais, como o Belle du Valais e Le Petit Clos. Esses são, ao lado de outros como o restaurante da Pousada La Hacienda e do Bouquet Garni, os mais caros da região. Mas sem motivos para pânico. Escondidinhos em meio à natureza, a Cantina 28 e o Le Jardin têm também boas opções de pratos mais em conta.

A hora do descanso, enfim, mais do que merecida e esperada, não deixa os vinhos passarem despercebidos. Muitas vinícolas da região de Bento Gonçalves tem, anexas, pousadas acolhedoras, como a Casa Valduga, com 21 apartamentos de onde dá para colher um belo cacho de uva da varanda.

A bebida tem até um Spa com tratamentos vinoterápicos, acredite. O Spa do Vinho Caudalie inaugurado em 2007, é a primeira filial da América Latina da famosa clínica francesa, com 104 quartos, piscina, ofurô, dois restaurantes e o spa com inúmeros tratamentos com vinho.

Quem procura terapias tem como opção também o Kurotel, que mantêm, há 25 anos, uma equipe de médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e profissionais da área de estética prontos para atender hóspedes em busca de saúde preventiva e tratamentos estéticos.


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