domingo, 15 de setembro de 2013

Butão, o país da felicidade

Conheça o Butão, considerado o país da felicidade

O país viveu isolado durante séculos. O terreno acidentado e o difícil acesso ajudaram o povo a preservar a harmonia e as tradições. Há 60 anos é que o Butão começou a ter contato com o resto do mundo.
Estamos no Butão, no topo do mundo, bem perto do céu, um pequeno reino distante, isolado, onde vive um povo que se considera feliz. É um dos pedaços mais belos deste planeta. O Butão fica na Ásia, encravado bem na Cordilheira do Himalaia, entre dois gigantes. Ao norte, está a China. E ao sul, a Índia.
Nossa viagem começa pela capital, Thimpu. Saímos bem cedo. Na região, existe uma única estrada, que corta todo o país. Ela é estreita e sinuosa, um caminho difícil. O motorista precisa ser muito experiente. Estamos a 3.150 metros de altitude. A primavera está começando, e a neve ainda não derreteu. À medida que o ônibus vai avançando, vamos descobrindo cenários lindos, paisagens maravilhosas.

A nossa primeira parada é em Dochu La, um dos cartões postais do Butão, um lugar para preces e para orações, que reúne 108 pequenos templos.
Nós começamos a atravessar as partes mais altas da estrada. Nesses lugares, os butaneses costumam construir conjuntos de stupas. São lugares sagrados, onde eles costumam ir para reverenciar Buda e fazer pedidos. Os pedidos são feitos em de uma forma bem curiosa: os butaneses penduram nas árvores pequenas bandeiras com versos sagrados. Eles acreditam que, quando o vento sopra, a paz, a compaixão e a sabedoria se espalham por toda a região.

Nosso caminho é longo e temos muita coisa para conhecer. Durante a viagem, nós cruzamos com um grupo de senhoras que está indo até um templo fazer umas oferendas para Buda. De repente, elas começam a dançar no meio da estrada.

Por isso, o Butão é considerado o país da felicidade. Nós podemos ter uma imagem mais forte de felicidade do que o grupo de senhoras dançando no meio da estrada? A mais nova delas tem 70 anos. A mais velha tem 81.

Os rostos estão marcados pelo trabalho duro, mas que não perderam o sorriso. Todas levam nas mãos, uma espécie de colar. Elas usam para contar os mantras, que repetem praticamente durante todo o dia.

O Butão é um lugar de gente simples. A maioria vive no campo e trabalha na terra. É um país que viveu isolado durante séculos. O terreno acidentado, o acesso difícil ajudou este povo a preservar a harmonia e suas tradições.

No início de sua história, o país budista era governado por um Lama, o chefe da religião. No comecinho do século 20, religião e governo foram separados. O Butão passou a ser um reino e coroou o seu primeiro rei.

A coroação ocorreu em antigo palácio, que hoje funciona como um monastério e que fica em Buntang no centro do país. Nele, começou a monarquia no Butão. O primeiro rei e os sucessores dele conseguiram construir esse país dentro de um isolamento absoluto. Só há, mais ou menos, 60 anos é que o Butão começou a ter contato com o resto do mundo.

Em 1974, um rei muito jovem, com 18 anos, assumiu o trono. Ele era um idealista, um sonhador e não queria repetir no Butão os erros que havia observado em outros países, como a falta de harmonia familiar, o excesso de consumo, a falta de cuidado com a natureza.

Até na política o Butão busca harmonia. E é o líder da oposição, Tshering Tobgay, indicado pelo governo, que nos dá entrevista. “A diferença do Butão é que as ideias convencionais de desenvolvimento não devem ser aplicadas aqui. Nós queremos criar um ambiente para o florescimento da felicidade. Isso foi articulado pelo quarto rei do Butão. Ele anunciou que a Felicidade Interna Bruta era muito mais importante que o Produto Interno Bruto”, conta.
Ninho do Tigre, Monumento Sagrado, Butão