quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Desertos do mundo. Aventura a mais de 40 graus

Até onde a vista alcança, não se registra sinal da presença humana. A linha do horizonte a incontáveis quilômetros e o silêncio só quebrado pelo assovio do vento intensificam a sensação de solidão. E terminam aí as semelhanças entre os desertos. Porque aquela imagem de dunas e mais dunas não corresponde à realidade em todos os casos.

Os maiores desertos do planeta são compostos por variados relevos e tipos de vegetação. Montanhas, rochas, estepes, lagos, planícies salgadas e gêiseres formam paisagens únicas.

Como regra, há duas definições. As chuvas têm índice anual inferior a 250 mililitros (em São Paulo, são 1.500 mililitros por ano). E inexistem condições para ocupação humana permanente. Aos viajantes, detalhes técnicos interessam menos que a beleza e o mistério dessas áreas. Do gigantesco Saara ao verde Gobi e ao árido Outback, selecionamos os mais belos (e turísticos) desertos do planeta. Para ver e, quem sabe, se aventurar.

A única semelhança entre o gigantesco deserto do Saara, o verde Gobi
e os áridos Outback e Atacama são os incontáveis quilômetros de areia


DESERTO DO ATACAMA

No Chile, ele é o mais seco do mundo





Entre albergues simples com preços camaradas para mochileiros e resorts luxuosos, a vila de San Pedro de Atacama se acostumou ao vaivém de turistas. Localizado no norte do Chile, o Atacama é considerado o deserto mais seco do mundo. Entre as principais atrações, o Vulcão Licancabur, visível da vila, e o Salar de Tara, planície coberta de sal. Na região, não deixe de conhecer uma das atrações mais concorridas, localizada a uma altura de mais de 4.300 metros. Os gêiseres el Tatio ficam em um campo geotérmico com mais de 500 aberturas naturais expelindo fumaça na atmosfera. Além disso, é bom lembrar que a ausência de nuvens faz do Atacama um dos melhores pontos do mundo para observar a Via Láctea. Astrônomos profissionais se acotovelam para estudos, enquanto amadores aproveitam os miniobservatórios de hotéis, como o Larache, para apreciar a beleza infinita do céu.

DESERTO DA NAMÍBIA

Além de bonito, ocupa 70% da Namíbia


Antes de chegar às Dunas de Sossusvlei, no Naukluft Park, são 6 horas de carro a partir da capital, Windhoek, onde descem os aviões vindos de Johannesburgo. As montanhas de areia são o cartão-postal do país e se transformam a cada instante - o deserto ocupa 70% do território da Namíbia. Conforme o sol desponta no céu e esbarra em nuvens estáticas, elas assumem diferentes recortes, ganham movimento, contornos e mudam de cor. Caranguejos e escaravelhos azuis surgem em meio às pegadas na areia. De qualquer ponto, a panorâmica é impressionante.

DESERTO DE MOJAVE

Na Califórnia, dá para encarar sem guia


A floresta de Joshua Trees (ou árvores de Josué, típicas da região), única no planeta, disputa a atenção dos viajantes com as Dunas de Kelso dentro da Área de Preservação do Mojave. Trata-se do terceiro maior parque dos Estados Unidos, com exceção do Alasca. Além de repleto de atrações, o Mojave tem boa infraestrutura turística. A começar pelo site mais do que competente, com todas as informações para organizar a viagem. Uma boa ideia é começar pelo reformado Kelso Dunes Visitors Center. Saiba que em raros desertos o turista pode se dar ao luxo de viajar por conta própria. Pois o Mojave é ideal para independentes. As estradas são bem marcadas e sinalizadas. Mas, com exceção das rodovias principais, que não têm asfalto (senão, qual seria a graça?). Há vários campings. Aliás, trekking e cavalgada são as principais atividades no Mojave. A caça esportiva, para quem faz mesmo questão, é permitida. Desde que se tenha uma licença específica emitida pelo Estado da Califórnia.

DESERTO DA AUSTRÁLIA

Na Austrália, ocupa 80% do país


Chegar ao coração da Austrália não é missão das mais fáceis - muito menos barata, por isso, prepare-se. As longas distâncias encarecem os pacotes que levam a Uluru (ou Ayers Rock), a principal atração do Outback, imenso deserto que ocupa 80% do país. O monólito gigante que dá nome ao Parque Nacional é sagrado para os aborígines. Por isso, há regras rígidas para os turistas, que devem caminhar apenas pelas trilhas. Há lugares onde a entrada é proibida. Além das trilhas, os principais tours são os que levam os visitantes a apreciar as variações de cor em Uluru durante o nascer e o pôr do sol. É, simplesmente, imperdível! Subir no monólito não é proibido, mas os visitantes são desencorajados a fazê-lo por razões ambientais e culturais.

Comece o tour pela Tunísia ou Marrocos
O maior deserto do mundo tem temperaturas que chegam a 55 graus de dia e descem abaixo de zero à noite. Passa por 11 países. Pedras, dunas, oásis, morros e uma infinidade de cidades e povoados. Há maneiras variadas de explorar o Saara, dependendo de qual seja sua porta de entrada. A Tunísia é uma ótima opção. Os tours são feitos a partir de Tozeur, no sul do país. Bastam dez minutos nos carros 4X4 para chegar à primeira parada: Oung Jemel, cenário para o "Star Wars" de George Lucas. No mesmo dia, o visitante conhece Chebika. Dá até para passar uma noite no deserto, acampado com todo conforto em lugares como o acampamento Zaafran. Já o Erg Chebbi, um verdadeiro mar de dunas, é a principal atração para quem explora o Saara a partir do Marrocos. Os tours saem de Merzouga, quase na fronteira com a Argélia.




DESERTO DE GOBI

Um parque de diversões para aventureiros
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O Gobi é verde em boa parte de sua extensão. Um tapete de vegetação rasteira interrompido por montanhas de pedra, leitos de antigos lagos completamente secos ou um conjunto de dunas (que representam apenas 3% do total do território). As temperaturas chegam aos 40 graus no verão - e descem a menos 40 no inverno, quando as visitas turísticas são impossíveis. Sua área, de 1,3 milhão de quilômetros quadrados, equivale aos territórios de Espanha, França e Alemanha juntos. E se estende pelo centro da Ásia, entre a Mongólia e a China. É um verdadeiro parque de diversões para aventureiros, com paisagem tão diversa que deixa qualquer um encantado. Longos vales são perfeitos para mountain bike. Escalada é a pedida em paredes de rocha como as Vulture?s Gorges, no Parque Gurvan Saikhan. Há dunas e mais dunas para o sandboard. mas é bom lembrar que a infraestrutura é quase inexistente. Como opção de hospedagem, alguns poucos ger camps, acampamentos com tendas idênticas às dos nômades que habitam o deserto. A regra geral é contratar um guia-tradutor (nem seria seguro ir por conta própria), alugar um carro 4X4 e lotar o porta-malas com barraca, comida e água.


Atacama
Site:
sanpedroatacama.com

Austrália

Site:
enviroment.gov.au/parks/uluru

Mojave

Site:
nps.gov/moja ou dfg.ca.gov/regulations

Tunísia

Site:
cometotunisia.co.UK.

Marrocos

Site:
visitmorocco.com.

Gobi


Site:
mongoliatourism. gov.mn 



Adriana Moreira e Mônica Nóbrega (Jornal A Gazeta)

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